Análise mostra que sementes não solicitadas vindas de países asiáticos têm fungos e bactérias
O alerta vale para sementes não solicitadas que cheguem de qualquer país e não apenas dos asiáticos - Foto: MAPA
Brasileiros de 24 estados e do Distrito Federal já relataram ter recebido pacotes de sementes não solicitadas vindas de países asiáticos como China, Malásia e Hong Kong. Um total de 258 pacotes chegaram ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento encaminhados pela população. Nas amostras analisadas, foram encontrados fungos e bactérias.
Até agora, apenas o Maranhão e o Amazonas não tiveram relatos de terem recebidos as sementes. Trinta e nove amostras encaminhadas ao ministério estão sem análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, de Goiânia. Em uma delas foi identificada a presença de ácaro vivo, em 25 amostras foi detectada a presença de três tipos diferentes de fungos e, em duas amostras, de bactéria ainda não identificada.
Ainda há a possibilidade da presença de espécies de plantas daninhas que não existem no Brasil e que, ao serem introduzidas no País, podem causar grande prejuízo a agricultura e ao meio ambiente.
“Estamos falando de um material que não foi solicitado, não tem controle, não sabemos direito a origem e pode introduzir na nossa agricultura pragas, pode ter plantas daninhas de impacto negativo, pode introduzir fungos, bactérias. É importante a colaboração população de, ao receber esse material, encaminhar aos órgãos de agricultura”, disse o secretário de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal.
A expectativa é que, dentro de 30 dias após o início das análises das amostras, seja possível ter um resultado mais detalhado.
Orientações
O ministério faz o alerta para que as pessoas não abram os pacotes de sementes não solicitados recebidos pelos Correios já que ainda não é possível apontar os riscos envolvidos. O pacote também não deve ser descartado no lixo para evitar o contato das sementes com solo e sua germinação. As sementes não devem ser plantadas, pois ainda não são conclusivos os estudos sobre o material.
“Não abra e não descarte no lixo. É um material não solicitado, ele pode ter tido algum tratamento com produto químico e pode ter sementes dentro que são tóxicas a humanos e aos animais”, explicou o secretário José Guilherme Leal.
A orientação é entrar em contato com a superintendência federal da agricultura do estado ou o órgão estadual de defesa agropecuária para providenciar a entrega ou recolhimento do material. Em caso de plantio, é possível agendar o recolhimento das mudas.
O alerta vale para sementes não solicitadas que cheguem de qualquer país e não apenas dos asiáticos.
Sementes chegaram com compras
O editor de vídeo Gabriel Zapella, de Jaraguá do Sul (SC), foi um dos que recebeu as sementes. Elas chegaram pelos Correios junto com produtos que ele comprou em um site da China.
Pouco depois de receber as sementes, ele postou uma foto nas redes sociais, relatou o ocorrido e marcou o Ministério da Agricultura. Logo, agentes do órgão de defesa agropecuária do estado fizeram contato e buscaram o produto, além de pegarem informações sobre a encomenda.
“Em seguida que recebemos a encomenda e as embalagens das sementes, fiquei um pouco preocupado. Mas eu já tinha lido em reportagens que nos Estados Unidos e em outros países também estava acontecendo isso. Postei para mais pessoas ficarem sabendo, teve muita repercussão e acho que ajudou bastante a disseminar a informação”, contou.
Controle
A importação de material de propagação vegetal, incluindo sementes e mudas, é controlada pelo Ministério da Agricultura e deve atender a requisitos de fitossanidade, qualidade e identidade.
Diariamente, o ministério faz o controle e avaliação da chegada desse tipo de material ao país. Isso porque a importação de vegetais sem autorização pode introduzir pragas ou doenças que não existem ou estão erradicadas no Brasil e causar prejuízos econômicos.
De acordo com o ministério, as sementes são material com maior risco associado de pragas que podem ser nocivas à agricultura nacional.
Fonte: Governo do Brasil
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