Sesapi informou que vem buscando melhorar as condições de trabalho da categoria.
Médicos paralisaram atividades por três dias — Foto: Divulgação/Simepi
Uma paciente que não quis se identificar teve sua cirurgia cancelada pela falta de gás CO². Ela havia sido diagnosticada com pedra na vesícula e marcou a cirurgia em dezembro de 2018. Somente agora em maio, o procedimento foi marcado mas cancelado pela falta do material.
"Então a gente já passa a noite naquela ansiedade, porque só em a gente ir para um centro cirúrgico já é um risco. A gente fica preocupada, e de uma hora pra outra a pessoa só vem e diz que foi cancelada, manda para casa e pronto não dá nenhuma explicação", disse.
O diretor do Hospital Getúlio Vargas (HGV), Gilberto Albuquerque, disse que a fornecedora do gás já regularizou a situação e que cirurgias que não dependiam do material foram realizadas.
"Essa descontinuidade do gás carbônico foi temporária, ele é utilizado nas laparoscopias. Então no lugar dessas cirurgias que dependiam do gás foram realizados outros procedimentos que não dependiam do gás. A nossa fornecedora já regularizou, esse problema está resolvido", explicou.
Os médicos do estado paralisaram por três dias e reivindicam por progressão na carreira, correção do adicional de insalubridade, concurso público e melhores condições de trabalho. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi), Samuel Rêgo, mais de 300 médicos estão trabalhando sem contrato no interior.
"Nós temos aí mais de 300 médicos trabalhando sem contrato no interior, de serviço prestado, com cinco meses de atraso salarial. Nós estamos aqui querendo melhores condições de trabalho, falta roupa para entrar no centro cirúrgico, está faltando luva para os médicos poderem pegar nos pacientes sem correr risco para eles. Está faltando equipamento aqui na cardiologia, na oftalmologia, o Hospital Infantil não tem vaga, é o único hospital do estado. Então assim, a situação é calamitosa", disse.
"Essa questão das fiações, de falta de ar condicionado, o hospital agora está em reforma em três clínicas grandes, a ortopedia, médica e cirurgia geral onde existe um transtorno do tapume, estão sendo trocadas portas e isso deixa uma situação constrangedora. A gente está usando o máximo possível desse espaço mas é evidente que a gente tende a acelerar para que possa tirar esse desconforto o quanto antes", disse o diretor do hospital.
A direção de atenção integral à saúde da Secretária de Saúde do Piauí (Sesapi) informou que vem buscando melhorar as condições de trabalho da categoria e que já tem implantado o plano de cargo e carreiras e que tem como impedimento a lei de responsabilidade fiscal (LRF) para fazer qualquer reajuste salarial. Além disso, informou que existe por parte da secretaria um plano de investimento em torno de R$ 150 milhões para investimento em algumas unidades hospitalares.
Fonte: G1 PI
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